Quando comparamos o futebol do Brasil com o da Europa hoje, muitas diferenças nos saltam aos olhos. Não vamos nesse post falar de todas, mas vamos nos ater às mais importantes que precisam ser discutidas: Calendário e Regulamentação.
Calendário levaria horas para discutirmos, só penso ser importante deixar claro a necessidade de adequação levando-se em conta nossa história e, principalmente, o que queremos pro futuro, um rumo.
Agora vamos falar de regulamentação. Dois dados:
– A economia no Brasil passa por um de seus piores momentos nos últimos anos, mas
– O investimento no futebol brasileiro cresce, consistentemente, ano a ano…
Como explicar isso? Simples, nosso esporte carece de regulamentação. Trabalhando em Portugal, pude ver que pegar um time na 3ª divisão, por exemplo e levar à 1ª pode custar 10% (dez por cento) do que fazer o exato mesmo trajeto aqui, porque?
Porque aqui com a ausência de legislação própria e de obrigatoriedade de transformação dos clubes em empresa, vivemos um ambiente de negócios totalmente fora de regulamentação o que traz um cenário econômico irregular, desproporcional e, em alguns casos, irresponsável. Pagam-se salários mais altos do que os próprios bolsos permitem e isso vira cíclico com o governo intervindo de tempos em tempos para ajudar: Lei Pelé, Timemania, Profute…
Portugal convive com regulamentação há mais de 20 anos, passaram por percalços, mas hoje colhem os frutos de um mercado estável, em crescimento e que atrás mais investimento externo (e interno) a cada ano. Clubes faliram, clubes surgiram, mas o mercado se ajustou.
E aqui, o que precisamos? Há boas iniciativas na FPF, no Congresso e na CBF, esperemos que elas avancem e vamos ‘beber na fonte’ dos que já passaram por isso, evitando as agruras da curva de experiência que podemos acessar imediatamente e trazer para o nosso futebol o século XXI que tanto esperamos.